Circulou nas redes
sociais o vídeo da audiência para celebração do Acordo de Não Persecução Penal
(ANPP), que ocorreu no último dia 13 de março, em que o deputado lulista André
Janones (Avante-MG) admite o esquema de “rachadinha” em seu gabinete.
Um crime confesso em
que, por um acordo feito com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e validado
pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a “pena” será pagar de forma parcelada o
montante de R$ 131,5 mil de indenização à Câmara dos Deputados e R$ 26,3 mil de
multa para que o inquérito seja encerrado. Mais uma demonstração de que
infelizmente o crime compensa no Brasil.
Todo o vasto
histórico de atitudes vergonhosas e deploráveis do deputado que prometeu me
triturar nas urnas em 2022, e teve mais de 1,2 milhão de votos a menos que eu,
mostra mais uma vez o duplo padrão da “justiça” brasileira em diversos
aspectos.
“A credibilidade, que
já era pouquíssima, foi mais uma vez questionada por evidenciar que o peso da
punição depende de quem está envolvido e não do que é feito”
Conforme expus em um
dos meus discursos no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em junho do ano
passado, Janones foi e segue sendo um dos maiores disseminadores de mentiras do
país, e eu sou uma das principais vítimas há anos.
Nem mesmo a
recorrência, ou sua própria confissão do uso de notícias falsas durante a
campanha eleitoral em 2022, geraram algum tipo de ação ou inclusão no
interminável “inquérito das fake news”, que nada mais é que um teatro contra a
liberdade de expressão.
Além das diversas
mentiras do parlamentar que é base do governo Lula, vieram os casos de
corrupção em que para sua defesa foi criado o termo cômico de “rachadinha
voluntária”, um desrespeito não só aos brasileiros como à Câmara dos Deputados,
tendo em vista que ele negou em audiência as acusações que ele posteriormente
confessaria.
Após afirmar que a
corrupção foi normalizada no Brasil, a Transparência Internacional divulgou um
ranking em que o nosso país registrou o pior desempenho da série histórica no
Índice de Percepção da Corrupção, ocupando a 107ª posição entre 180 países.
Nada que não seja extremamente perceptível a cada um de nós.
Corruptos seguem
impunes, alguns exercendo normalmente seus cargos políticos, outros virando
influenciadores e projetando candidaturas futuras e ainda os que estão
afastados da vida pública, porém em liberdade e condições financeiras
excelentes. Algo muito diferente do que está acontecendo com quem manchou uma
estátua com batom, e pior, quem nada fez no altamente politizado 8 de janeiro.
Se o simples fato de
eu exercer a minha opinião enquanto parlamentar, inclusive amparado pelo artigo
53 da Constituição Federal do Brasil, fez com que eu fosse investigado e
processado criminalmente, imagina o que aconteceria com qualquer deputado de
direita que tivesse feito apenas 1% do que diversos políticos de esquerda já
fizeram?
Aquele Janones, que em 2021 desferiu xingamentos dizendo que não existia “rachadinha” em seu gabinete, e que se prontificou a coletar assinaturas para convocar uma CPI para que crimes desse tipo fossem investigados, agora está recolhido e desmoralizado, porém certo de que apesar de tudo, pelo menos por um bom tempo nada acontecerá com ele no país da impunidade.