Com a promessa do presidente americano, Donald
Trump, de dar nova classificação aos cartéis de drogas, elevando-os à categoria
de organizações terroristas, muda todo o cenário relativo às operações de
combate a essas facções. A razão dessa mudança de status dessas organizações,
primeiramente aquelas que têm suas bases fincadas no México, é que esses grupos
representam, além de uma ameaça direta e poderosa à segurança nacional
norte-americana, um prejuízo incomensurável tanto à política externa daquele
país quanto à sua economia.
Os Estados Unidos têm uma longa experiência no
combate direto a esses cartéis, inclusive com o emprego de suas forças armadas,
bombardeando plantações e laboratórios de produção da cocaína e outros produtos
entorpecentes. Lembrando ainda que o país experimenta hoje um recorde de mortes
por overdose de opioides sintéticos e outras drogas.
O avanço das facções criminosas é uma realidade
agora em toda a América Latina. A extensão do problema ultrapassou os limites
das fronteiras, tornando-se não apenas uma questão de segurança dos EUA, como
de todo o continente. Os chefões desses cartéis, cientes de que haverá um
recrudescimento no combate às suas atividades criminosas, há muito cuidaram de
diversificar seus negócios, investindo bilhões de recursos em atividades
legais, onde lavam e escondem todo esse dinheiro sujo.
Mais uma vez, o continente está prestes a assistir
ao retorno da guerra contra as drogas, protagonizada pelos militares americanos
com todo o poderio que têm de destruição. A ordem executiva assinada pelo
presidente Trump vale para todos os cartéis de drogas do continente, incluindo,
nessa lista aberta, ao lado dos cartéis mexicanos e venezuelanos e outros, o
Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), que atuam não só
em todo o território nacional, como além das fronteiras.
O governo americano sabe, até melhor do que o próprio governo brasileiro, o que essas organizações do crime andam fazendo aqui no Brasil e em outros países. Conhece e tem informações precisas sobre a movimentação de recursos desses bandos e sabe exatamente o que que vai fazer e quando. As informações que mais preocupam as autoridades americanas são aquelas que mostram que esses criminosos há tempos vêm se preparando para eleger candidatos próprios, a fim de infiltrá-los na máquina do Estado, tanto no Legislativo quanto no Executivo, de onde poderão vir a ter maior poder ainda. A coragem e a força do dinheiro fizeram com que essas organizações começassem a operar livremente dentro de nossas metrópoles, por meio do controle de linhas urbanas de transporte, postos de abastecimento e distribuidoras de combustíveis.
O branqueamento desses recursos vindos do crime
dentro da economia formal do país é outro ponto a incomodar o governo Trump.
Hoje, vai ficando cada vez mais difícil distinguir entre os cartéis de drogas
mexicano e o crime organizado brasileiro, dado o poder que cada um desses
grupos desfruta dentro dos respectivos governos. As autoridades brasileiras
também se deram conta de que, sozinhas, não podem enfrentar o crime organizado.
É consenso de que essa é uma missão e uma guerra que só as Forças Armadas podem
enfrentar de igual para igual.
O fato é que o combate às organizações foi sendo
considerado, por vários governos, um assunto de menor importância e, como tal,
poderia ser resolvido apenas com o trabalho das polícias Civil e Militar
regulares. Acontece que o crime cresceu em tamanho, poderio econômico e
estratégico, elevando o número de áreas sob seu controle direto.
Lugares onde entrar sem permissão significa a
morte. As ações de combate aos cartéis que estão sendo planejadas
meticulosamente pelos americanos, com certeza, vão incomodar muitos governos,
sobretudo aqueles que falam em soberania. A verdade é que esse é um problema
que muitos governos não puderam ou quiseram resolver.
A existência do narcoestado já é uma realidade a
desestabilizar a segurança de todos no continente, inclusive dos americanos. As
autoridades também sabem que esses grupos operam de forma coordenada e
estruturada, tendo pessoal e armas de última geração.
O Brasil, com milhares de quilômetros de fronteiras
secas e com a imensa Região Amazônica fazendo vizinhança com países produtores
de drogas, entra nessa lista de Trump também como um dos alvos das ações das
forças de segurança americanas. Doa a quem doer.
Parabéns Circe e Mamfil! 🌹👏👏👏👏👏👏👏👏
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