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Zema: direita tem bons nomes, mas Bolsonaro deverá estar elegível

Zema: direita tem bons nomes, mas Bolsonaro deverá estar elegível

Cotado como um dos possíveis presidenciáveis de 2026, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), faz uma avaliação do cenário político atual, comenta os desafios da direita, detalha os esforços do Partido Novo para superar a cláusula de barreira e critica a atuação internacional do governo Lula. Em entrevista exclusiva à coluna Entrelinhas, Zema também compartilha os objetivos de sua missão internacional na Ásia, voltada à atração de investimentos para Minas Gerais.

Entrelinhas: Quais são, por enquanto, as perspectivas para 2026, sendo o senhor um dos principais presidenciáveis? Zema: Muita coisa ainda vai acontecer até 2026, mas tudo sinaliza que teremos aí um cenário com alguns candidatos pela direita, que deverão caminhar separadamente e unir somente num eventual segundo turno, que é muito provável. Mas continuo acreditando que o maior nome da direita, Jair Bolsonaro, venha a reconquistar os seus direitos políticos.

Entrelinhas: Quais as estratégias do Partido Novo para atingir a cláusula de barreira, que é o percentual mínimo de votos? Zema: O Novo tem trabalhado em todo o Brasil, mas com mais força ainda no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, embora também haja ações no Norte e Nordeste. É o partido de maior coerência, o mais propositivo, e com certeza esse trabalho terá reflexo a longo prazo. Estamos construindo uma marca que será respeitada, que vai identificar muito bem que esse partido é aquele em que se pode confiar. Continuo acreditando muito nesse tipo de política, que não é oportunista. Mesmo perdendo o jogo, você mantém sua postura e suas propostas. Isso terá um valor muito grande no longo prazo.

Entrelinhas: Quais são os principais desafios para a direita até as próximas eleições e quais as principais pautas? Zema: O ideal, mas isso só existe no mundo da teoria, seria toda a direita caminhar unida. Mas isso não vai acontecer. Há questões partidárias, pessoais. Deveremos ter alguns candidatos pela direita, o que considero positivo — mostra que a direita tem bons nomes e não depende apenas de uma pessoa, como a esquerda tem feito.

A principal pauta hoje é a segurança pública, que é uma tragédia no Brasil. Somos recordistas mundiais de homicídios, o crime organizado só cresce, e nenhuma medida efetiva tem sido tomada. Outra bandeira é o combate à corrupção, que voltou com força no governo Lula e o escândalo dos aposentados está aí como exemplo claríssimo. A direita também sempre defendeu a liberdade de expressão, as liberdades individuais e, com certeza, vai pôr fim a essa pauta revanchista que está prevalecendo nesse governo Lula 3.

Entrelinhas: Como está sendo sua viagem à Ásia em busca de investimentos? Zema: Toda missão internacional tem como foco levar investimentos para Minas. Nosso Estado tem características únicas. É estrategicamente localizado, faz divisa com os estados mais populosos do Brasil — São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia — onde está quase 60% da economia.

Estamos mostrando que Minas é um estado juridicamente seguro, que já realizou várias concessões bem-sucedidas, e que tem uma produção significativa de energia renovável, quase uma "Itaipu fotovoltaica". São 12 universidades federais, mão de obra qualificada, e crescimento acima da média nacional. Já ultrapassamos a marca de meio trilhão de reais em investimentos privados atraídos e geramos um milhão de empregos formais. Estamos mostrando ao investidor que negócio bom você vai atrás, negócio ruim é que bate à nossa porta.

Entrelinhas: Como o senhor analisa a forma como o governo Lula tem se posicionado geopoliticamente? Zema: Infelizmente, da forma menos recomendável possível. Continua aquela idolatria a regimes autoritários e socialistas como Cuba e Venezuela, com um distanciamento dos países com os quais o Brasil deveria se espelhar, principalmente as democracias do Ocidente. Parece que, mais uma vez, estamos indo na contramão da história. Não há nenhum programa maior de intercâmbio com economias avançadas, e essa aproximação com países menores de regimes ditatoriais, com censura e restrição à liberdade de expressão, é preocupante.


Mariana Braga - Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG – Gazeta do Povo


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