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As mentiras supremas

As mentiras supremas

Luís Roberto Barroso sente falta de seus discursos e palestras nos Estados Unidos. Sem visto de entrada no país, restou-lhe falar inglês em eventos locais, no Brasil mesmo. Num deles, Barroso alfinetou Donald Trump, afirmando que precisamos fazer a mentira ser algo errado novamente: Make Lies Wrong Again, sacou o ministro em analogia ao movimento trumpista Make America Great Again. Barroso sabe do que fala.

Mentira, afinal, é com ele mesmo. Foi o ministro quem disse, num evento nos Estados Unidos, que os bolsonaristas desejavam a volta do voto em cédula de papel, tendo de ser corrigido por uma brasileira na plateia, que apontou a mentira e reintroduziu a verdade de que tudo que era demandado era o voto impresso para dupla checagem, como ocorre em vários países.


“Quando alguém como Barroso se coloca como o guardião da verdade, aquele que vai combater as mentiras do mundo, sabemos estar diante de um devaneio arrogante de quem não olha para a própria soleira antes de jogar pedras nos outros”


Barroso já disse também que derrotou o bolsonarismo, num convescote de comunistas da UNE, assumindo seu papel de militante e jogador partidário. Depois, ele negou que disse o que disse e que consta em vídeo, um "flagrante perpétuo" segundo o próprio STF.


Quando um brasileiro em Nova York quis saber se haveria mais transparência eleitoral, Barroso simplesmente o rechaçou com um grosseiro "perdeu, mané". Agora ele pode circular pelo Brasil repetindo em inglês: "You lost, sucker". Pode ainda fazer piadas do tipo: "You don't win elections; you steal it". E depois perguntar constrangido se estava sendo filmado.


Quando alguém como Barroso se coloca como o guardião da verdade, aquele que vai combater as mentiras do mundo, sabemos estar diante de um devaneio arrogante de quem não olha para a própria soleira antes de jogar pedras nos outros. Barroso se acha um grande iluminado, um ícone do avanço civilizacional.


Agora está barrado nos Estados Unidos, a maior e mais robusta democracia do planeta. Mas sempre haverá Havanas e Caracas para suas palestras. E pode até soltar expressões em inglês, para dar um ar de nobreza ao palavrório sem sentido...



Rodrigo Constantino - (Foto: Wallace Martins/STF) - Gazeta do Povo


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