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Manifestações precisam de motivo simples: pela democracia

Manifestações precisam de motivo simples: pela democracia

Ontem houve buzinaço, passeata e protesto em muitas cidades brasileiras, por dois motivos.


Primeiro, lamentando e reagindo à virtual prisão domiciliar de Bolsonaro – porque, afinal, ele tem que ficar em casa entre sete da noite e seis da manhã, e sábado e domingo, e está calado nas redes sociais. Não pode conversar nem com dois dos filhos dele. Não pode chegar perto de nenhuma embaixada. Parece medida cautelar de ex-marido que vai bater na mulher.


E o outro motivo foi festejar, como uma espécie de represália, a cassação do visto de Alexandre de Moraes e seus aliados, conforme o Departamento de Estado.


Eu acho que a manifestação que deveria haver seria uma com um motivo simples: não contra ninguém, nem a favor de ninguém, mas exigindo o cumprimento da Constituição – ou seja, a recuperação do devido processo legal, do amplo direito de defesa, do juiz natural, da inviolabilidade de parlamentares por quaisquer palavras, da vedação à censura, da liberdade de expressão, vedado o anonimato… Coisas que já estão na Constituição, mas não estão na prática.


Acho que deveria ser isso, a recuperação da democracia para este país que estamos perdendo. Daqui a pouco, quando a gente perceber, já será uma Venezuela, e a gente estará de boca calada por imposição.


Taxação anunciada por Trump começará em dez dias: Faltam apenas dez dias para iniciar a taxação de exportações brasileiras para os Estados Unidos. A taxação vai ser lá, quando entrar. Não estão taxando nada aqui no Brasil, não é nenhuma invasão de soberania. Assim como suspender visto. Isso cabe ao dono da casa. Ele é o dono da porta de entrada.


Se você não quiser que alguém entre na sua casa, você fecha a porta para ele. E você não precisa dar explicação. Essa é uma decisão que os governos detêm.


Está lá escrito, na hora de pedir visto, que o governo tal se reserva o direito de cancelar o visto a qualquer momento, ou de não dar o visto, sem precisar dar explicação. Isso evita que a pessoa entre na Justiça para pedir que um juiz mande dar o visto.


Qual é a solução para quem exporta para os Estados Unidos? Tarcísio já começou sua solução, para defender o suco paulista, a carne paulista, o café paulista, os manufaturados paulistas, os aviões da Embraer, as frutas brasileiras… Ele pretende que os Estados Unidos topem uma negociação com os estados brasileiros, porque, afinal, nós somos uma república federativa.


E agora o Luiz Carlos Bon, que é presidente da Federação do Comércio do Rio Grande do Sul, deixou isso bem claro. Teve uma reunião com o cônsul americano, o governador Eduardo Leite e os empresários de lá, propondo negociações à parte, porque viram que o presidente Lula e o Itamaraty é que provocaram essa situação. Quem provocou essa situação não vai resolver: muito pelo contrário, só tem agravado essa situação cada vez que faz mais provocações ao presidente dos Estados Unidos. É uma saída inteligente, tomara que dê certo.


"Não à anistia para o neto de quem nos deu anistia": Vejam só que ironia: o neto do presidente que deu anistia ampla, geral e irrestrita para todos que no Brasil se envolveram na luta revolucionária armada ou guerra revolucionária urbana ou rural vira alvo de inquéritos, e o neto, as pessoas, os mesmos anistiados e os descendentes dos anistiados gritam "não à anistia" para o neto do presidente que deu anistia. Realmente é uma ironia.


Israel ainda aguarda resposta do governo brasileiro sobre embaixador: Não é só a embaixada dos Estados Unidos que está sem embaixador no Brasil. Até o fim do mês pode ser que a embaixada de Israel fique sem embaixador também, porque acaba a missão do atual embaixador em 31 de julho, e o outro deveria estar aqui para entregar credenciais para o governo brasileiro.


O governo de Israel, em janeiro, encaminhou o pedido de agrément, que indica que alguém pode ser embaixador – o governo brasileiro diz que sim, e aí ele vem e apresenta as credenciais para o presidente da República. Só que, até agora, desde janeiro, o governo brasileiro não deu uma resposta para Israel sobre isso.


Hoje Lula está reunido com outros esquerdistas no Chile: com o presidente Gabriel Boric, do Chile, com o presidente Yamandú Orsi, do Uruguai, e com o Gustavo Petro, da Colômbia. Interessante que mandaram convite para a presidente do México, a Claudia Sheinbaum, e ela não confirmou. E vai vir também o chefe de governo espanhol, o Pedro Sánchez, que é um desastre na Espanha. Os espanhóis querem vê-lo longe.


Aliás, a última pesquisa da Colômbia diz que Petro vai ser substituído por um presidente de direita. O pessoal olha para a Argentina e vê a Argentina surfando na economia de Milei e vê que esquerda não dá.



Alexandre Garcia -(Foto: EFE/André Borges) - Gazeta do Povo


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