Em 100
dias de governo Rollemberg, que nota o senhor dá para a atuação do seu
adversário na última eleição?
Não sou professor para dar nota. Olha só: estou como Mao
Tsé-Tung, que dizia que era muito cedo para fazer uma avaliação sobre a
Revolução Francesa. Não sou adversário. Estou torcendo para que as coisas deem
certo… Meus filhos vivem aqui.
O
senhor foi candidato contra Rollemberg no segundo turno. Não é adversário?
Torço
para que as coisas funcionem. A eleição passou. Acabou a disputa. Não estou na
torcida para as coisas falharem. Não se pode perder a dignidade.
A
campanha foi dura. Houve ataques de mbos os lados, especialmente nos debates.
Passou?
Fiquei
muito incomodado com os ataques da campanha. Não queria que fosse assim. Ele
(Rollemberg) me atacou duramente. Ele me criticou e depois me pediu desculpas,
após um dos debates. Mas não se pode insultar publicamente e pedir desculpas em
particular. Não gostei.
Ficaram
mágoas?
Digo o
seguinte: “Regrets I have a few… But then again too few to mention”. Ficaram
mágoas. Mas não posso guardá-las. Não se pode fazer política com mágoas.
Nesses
primeiros três meses, o que o senhor teria feito diferente?
Não estou nem acompanhando. Eu descarno. Não fico indo a5
hospital para ver o que está acontecendo. Mas me preocupa a questão da
terceirização na área da saúde. Sou radicalmente contra isso. Tenho receio do
que pode acontecer com os direitos dos funcionários.
O que o
senhor acha da aproximação de Rollemberg com Roriz, depois do passado na
oposição?
Não sou,
na verdade, um especialista em política. Nunca trabalhei fazendo política. Fui
eleito pelo meu trabalho técnico. Mas já vi tantas vezes essas coisas. Você
imaginaria que o Lula estivesse com Maluf ou abraçando o Collor?
Quais
são os seu planos para a política?
Nunca fiz
planos para a política. Eu me elegi deputado porque insistiram. Nessa última
eleição, pediram para disputar, para ser vice. Depois virei, por acaso,
candidato ao governo. Vou fazer uma confissão. Eu fui traído pela minha
vaidade. Tinha dito que não queria, que não voltaria. Mas me convenceram com a
ideia de criar a universidade do Distrito Federal. Aí, a minha vaidade me
derrubou.
Arruda
atrapalhou ou ajudou a sua campanha?
Se, de um
lado, houve restrições a ele, por outro lado, havia também apoio grande.
Como
está a sua vida?