Descritivo das etapas da obra
*Por Jane Godoy
Certa vez, a nossa saudosa e sábia Valéria Velasco
deixou escrito em algum lugar, que “jornalismo existe para mudar vidas”. Em uma
frase tão curta e simples passei a entender a mim mesma, nesta ânsia de
consertar ou mudar tudo o que vejo fora dos padrões, que choca ou que
entristece as pessoas, principalmente quando o assunto diz respeito à nossa tão
querida Brasília.
Terra que escolhemos para viver e criar nossa
família se transformou, para nós, no nosso segundo berço, onde deixamos se
aprofundarem mais as nossas novas raízes.
E isso se chama amor pelo novo chão que escolhemos
pisar e deixar florescer os mais novos sentimentos por esta terra sonhada por
JK.
Neste pequeno preâmbulo justificamos as nossas
intervenções domingueiras, ao longo dos 15 anos em que aqui estamos.
Com observações e críticas construtivas, com muita
vontade de ajudar de onde nós estamos, fazendo o que nos cabe fazer e, como
Valéria escreveu, tentando “mudar vidas”.
Por isso hoje, depois de tantas e tantas matérias
chorosas a respeito do fechamento e suposto abandono do nosso Teatro Nacional
Claudio Santoro (TNCS) “por não atender às normas de acessibilidade e
segurança”, que desde 2013 fechou suas portas para a música, o teatro e a
cultura de um modo geral.
No mesmo ano, a Secretaria de Estado de Cultura do
Distrito Federal realizou licitação e posterior contratação de projeto
executivo de reforma. O projeto de licitação foi entregue em dezembro de 2014 e
“busca não só atender às exigências legais para concessão de alvará de
funcionamento, como, também, modernizar o equipamento cultural para torná-lo um
dos mais modernos teatros do país”.
Só que, devido à “complexidade arquitetônica do
projeto e sua ousadia quanto aos recursos tecnológicos pretendidos”, resultaram
em um orçamento astronômico, de mais de 220 milhões de reais!
A crise chegou para todo mundo e para todos os
setores. O GDF teve, então, de adiar muitos de seus investimentos, rever
valores, eleger prioridades.
Um longo caminho foi percorrido, até que se avaliou
a possibilidade de realizar a obra em etapas.
Essa é a boa notícia! O TNCS não está abandonado,
como imaginávamos. Por uma questão de justiça e de reconhecimento, convencemos
o Secretário de Cultura Guilherme Reis a nos contar tudo e, sobretudo, a nos
ajudar a informar à população de Brasília que as coisas não estão como a gente
pensava.
Muitos órgãos e acordos de cooperação técnica foram
contatados, muitas parcerias propostas e realizadas, muito envolvimento de
entidades, inclusive o Escritório de Projetos das Nações Unidas (Unops).
Primeiro teremos a Sala Martins Pena, de 437
lugares; depois será a vez da Alberto Nepomuceno, de 95 lugares; em seguida, a
Sala Villa-Lobos, de 1.307 lugares, além do maravilhoso Espaço Dercy Gonçalves,
localizado no terraço, cuja reestruturação requer um estudo cuidadoso.
“O sucesso desse longo e cuidadoso processo
dependerá do engajamento das empresas e empresários, da sociedade brasiliense,
enfim, dos que realmente amam Brasília, para que se sensibilizem, apoiem e
patrocinem a recuperação do Teatro Nacional por meio da Lei Rouanet, o que
significa investimento com 100% de incentivo fiscal à primeira etapa da obra”,
ressalta o secretário.
Notícia boa de dar!
(*) Jane Godoy – Coluna 360 Graus – Correio
Braziliense