A empresa AB Produções — Canto do Cerrado
Filmes, um dos alvos da 2ª fase da Operação
Panatenaico deflagrada nesta sexta-feira (11/5) pela PF e o Ministério
Público Federal (MPF), teria fornecido contratos simulados ao
ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB). O repasse chegaria, segundo delação
de Rodrigo Leite, ex-executivo da construtora Andrade Gutierrez,
a R$ 1,685 milhão.
O objeto simulado do contrato seria a produção de filmes das obras
do BRT Sul e do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
Durante as ações da PF no prédio da empresa, que
fica no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), foi solicitado um
chaveiro. Um homem segurando uma furadeira também entrou no local.
Eles abriram um cofre.
Não é a primeira vez que a AB Produções aparece em escândalos locais.
Ela também esteve no centro da Caixa de Pandora sob a acusação de adotar o mesmo
modus operandi revelado nas delações da Andrade Gutierrez.
Segundo as investigações, a produtora pertence a
Abdon Bucar, acusado de ter facilitado, por meio de sua empresa, lavagem de
dinheiro para abastecer caixa 2 de campanha.
A AB tinha sido contratada pelo MDB para fazer programas de rádio e
televisão dos candidatos a deputados federais e distritais lançados pelo
partido em 2006 — ano em que fez a campanha vitoriosa do ex-governador José
Roberto Arruda (PR). Entre 2007 e 2009, a AB recebeu R$ 14,4 milhões em
contratos com o GDF.
Em 2015, no entanto, o processo que investigava as denúncias na
Controladoria-Geral do DF foi arquivado. De acordo com o órgão, a empresa “não
possuía qualquer relação financeira ou contratual com o Governo do Distrito Federal
à época dos fatos”.
Operação
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta a segunda fase da Operação Panatenaico, que apura desvios de recursos, superfaturamento e pagamento de propina em obras públicas no DF. O esquema criminoso investigado, agora, envolve suspeitas de fraudes no processo licitatório das obras do BRT Sul e o pagamento de vantagens financeiras indevidas a autoridades públicas.
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta a segunda fase da Operação Panatenaico, que apura desvios de recursos, superfaturamento e pagamento de propina em obras públicas no DF. O esquema criminoso investigado, agora, envolve suspeitas de fraudes no processo licitatório das obras do BRT Sul e o pagamento de vantagens financeiras indevidas a autoridades públicas.
Laudos realizados pela Polícia Federal teriam constatado o
direcionamento e a fraude na licitação, enquanto auditorias realizadas pelo
Tribunal de Contas do DF (TCDF) e pela Controladoria-Geral do DF apontaram
superfaturamento de aproximadamente R$ 208 milhões, cerca de 25% do custo total
do empreendimento fraudado. A obra foi orçada inicialmente em R$ 587,4 milhões,
mas foi executada por R$ 704,7 milhões.
O Metrópoles tenta contato com a empresa e com a defesa de Tadeu Filippelli. Metrópoles - Por Mirelle Pinheiro - Rafaela Felicciano Fotos: Rafaela Felicciano - Tony Winston/Agência