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SAÚDE » Taturanas assustam a capital


O professor Luiz encontrou 212 taturanas em área verde do Lago Sul: risco - Lagarta venenosa encontrada no Lago Sul e no Jardim Botânico provocou pelo menos três acidentes desde o ano passado. Se a vítima não procurar assistência médica, queimadura pode causar hemorragia e até a morte por insuficiência renal

*Por Sarah Peres

Uma espécie de taturana venenosa passou a ser encontrada com frequência no Distrito Federal. A Lonomia obliqua, considerada a mais perigosa entre esses tipos de inseto, apareceu no Lago Sul e no Jardim Botânico. Desde o ano passado, ocorreram pelo menos três casos de acidentes com essas lagartas. Em casos graves, a queimadura pode provocar hemorragia e até morte por insuficiência renal aguda.

Entre 3 e 5 de maio, o professor de engenharia ambiental Luiz Reis, 52 anos, encontrou cinco colônias da taturana em uma área verde da QI 26 do Lago Sul, totalizando 212 lagartas. Ontem, um homem achou o inseto na QI 19. Em 22 de abril, o professor de biologia Ronaldo Accioly, 46, sofreu uma queimadura na mão, na área externa de casa, no Jardim Botânico. Ele procurou um hospital particular para tratar a dor e o inchaço. “O reflexo foi bater. Achei que fosse só uma lagarta normal e fiquei em casa. Durante a noite, passei mal; por isso, pesquisei a espécie na internet. Só assim fui ao hospital, onde recebi o tratamento. Mesmo depois de três dias, a minha mão continuou inchada”, relata.

Os primeiros sintomas são de dor e ardência. Se a vítima não procurar assistência, pode ocorrer sangramento nas mucosas nas 72 horas seguintes ao acidente. O tratamento é feito com um soro que neutraliza o efeito do veneno — está disponível na rede pública. Em 2017, houve dois acidentes com essa lagarta, segundo a Secretaria de Saúde.

O que diferencia a Lonomia obliqua das demais lagartas são as listras marrons, as manchas brancas e marcas em formato da letra “u”. Segundo a assessoria de comunicação do Instituto Butantan, em São Paulo, geralmente, os insetos se hospedam em fendas de árvores nativas ou frutíferas, em lugar seguro contra a luz e predadores. Pela noite, saem para se alimentar de folhas. Portanto, é preciso atenção ao encostar em uma árvore. Caso o contato ocorra, é necessário lavar o local com água corrente, fazer compressas frias para aliviar a dor e buscar atendimento médico.

Mariposa
A especialista em animais peçonhentos do Instituto de Biologia e do Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade de Brasília (UnB) Elizabeth Schwartz explica que os efeitos do contato humano com o inseto dependem da quantidade de toxina inoculada e da massa corporal da vítima. “As crianças são as mais afetadas com o problema por causa do peso. O que três lagartas Lonomia podem causar em um adulto, apenas uma é suficiente para provocar danos piores nos pequenos”, alerta.

Ao encontrar uma lagarta da espécie, é possível ligar para a Vigilância Ambiental pelo 156. O Instituto Butantan recomenda “manter-se afastado e evitar o contato. Orientamos não matá-las. A lagarta é uma das fases do ciclo biológico de uma mariposa. Elas vivem, em média, 15 dias na fase adulta como mariposa, aparecendo com mais frequência nos meses de verão, quando, após o acasalamento, põem os ovos”.


(*) Sarah Peres – Foto: Minervino Junior – Correio Braziliense


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